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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Saudade





Saudade é um pouco como fome.  Só passa quando se come a presença.  Mas às vezes a saudade é tão profunda  que a presença é pouco:  quer-se absorver a outra pessoa toda.  Essa vontade de um ser o outro  para uma unificação inteira  é um dos sentimentos mais urgentes  que se tem na vida.

(Clarice Lispector)

sábado, 24 de agosto de 2013

O pássaro encantado


Era uma vez uma menina que tinha um pássaro encantado.
Ele era encantado por duas razões:
Não vivia em gaiolas, vivia solto,
Vinha quando queria, quando sentia saudades...
E sempre que voltava, suas penas tinham cores diferentes,
As cores dos lugares por onde tinha voado.

Certa vez voltou com penas
Imaculadamente brancas, e contou histórias de montanhas
cobertas de neve.
Outra vez, suas penas estavam vermelhas, e contou histórias de desertos incendiados Pelo sol.

Era grande a felicidade quando eles Estavam juntos.
Mas, sempre chegava a hora do pássaro Partir...
A menina chorava e implorava:
- Por favor, não vá.
Terei saudades, vou chorar.

- Eu também terei saudades - dizia o Pássaro - mas vou lhe contar um segredo! Eu só sou encantado por causa da Saudade. É ela que faz com que minhas Penas fiquem bonitas...
Senão você deixará de me amar.
E partiu.

A menina, sozinha, chorava.
Uma certa noite ela teve uma idéia: e se o Pássaro não partir?
Seremos felizes para sempre! Para ele Ficar, basta que eu o prenda numa gaiola.
E assim fez.

A menina comprou uma gaiola de prata,
A mais linda que ela encontrou.
Quando o pássaro voltou, eles se Abraçaram, ele contou histórias e Adormeceu.
A menina aproveitou o seu sono e o Engaiolou.
Quando o pássaro acordou deu um grito
De dor.
- Ah ! O que você fez? Quebrou o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me Esquecerei das histórias.
Sem a saudade, o amor irá embora...

A menina não acreditou...
Achou que ele se acostumaria.
Mas, não foi isso o que aconteceu.
Caíram as plumas e as penas Transformaram-se em um cinzento triste.
Não era mais aquele o pássaro que ela Tanto amava...
Até que ela não mais agüentou e abriu a Porta da gaiola.
- Pode ir, pássaro -
Volte quando você quiser...
- Obrigado - disse o pássaro - irei e voltarei Quando ficar encantado de novo.
Você sabe, ficarei encantado de novo Quando a saudade voltar dentro de mim
E dentro de você.

Quantas vezes aprisionamos a quem Amamos, pensando que estamos fazendo o melhor?
Pense. Deixar livre é uma forma singela
de ver, ter...

Direcione o seu amor não para a prisão e sim para a conquista, sempre.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Fico assim sem você!

 

Avião sem asa,
fogueira sem brasa,
sou eu assim sem você.
Futebol sem bola,
Piu-piu sem Frajola,
sou eu assim sem você.

Por que é que tem que ser assim
se o meu desejo não tem fim.
Eu te quero a todo instante nem mil auto falantes
vão poder falar por mim.

Amor sem beijinho,
Bochecha sem Claudinho,
sou eu assim sem você.
Circo sem palhaço,
namoro sem amasso,
sou eu assim sem você

Tô louca pra te ver chegar,
Tô louca pra te ter nas mãos.
Deitar no teu abraço,
Retomar o pedaço que falta no meu coração.

Eu não existo longe de você
e a solidão é o meu pior castigo.
Eu conto as horas pra poder te ver
mas o relógio tá de mal comigo
Por quê?
Por quê?

Neném sem chupeta,
Romeu sem Julieta,
sou eu assim sem você.
Carro sem estrada,
queijo sem goiabada,
sou eu assim sem você

Por que é que tem que ser assim
se o meu desejo não tem fim.
Eu te quero a todo instante nem mil auto falantes vão poder
falar por mim

Eu não existo longe de você
e a solidão é o meu pior castigo.
Eu conto as horas pra poder te ver
mas o relógio tá de mal comigo.(2x)

(Claudinho)





sexta-feira, 3 de maio de 2013

Doendo de Saudade



As vezes aparece num final de tarde
As vezes aparece no olhar de alguém
Numa frase de amor nos muros da cidade
E fica muito forte quando a madrugada vem

As vezes eu te sinto nas canções de rádio
As vezes dou de cara com um amigo seu
Procuro disfarçar procuro ficar frio
Mas é que esse vazio às vezes é maior que eu

Saudades, meu Deus eu tô doendo de saudade
Loucura, o tempo todo eu só penso em você
Lembranças, eu vivo mergulhado em lembranças
Te encontro a cada vez que busco te esquecer

(Daniel)




quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Quando chegares...



Não sei se voltarás
sei que te espero.

Chegues quando chegares,
ainda estarei de pé, mesmo sem dia,
mesmo que seja noite, ainda estarei de pé.

A gente sempre fica acordado
nessa agonia,
à espera de um amor que acabou sendo fé...

Chegues quando chegares,
se houver tempo, colheremos ainda frutos, como ontem,
a sós;
se for tarde demais, nos deitaremos à sombra e
perguntaremos por nós...

( Poesia de JG de Araujo Jorge - extraído do livro
De mãos dadas- 2ª edição  1966 )


segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Soneto à tua volta



Voltaste, meu amor... enfim voltaste!
Como fez frio aqui sem teu carinho....
A flor de outrora refloresce na haste
que pendia sem vida em meu caminho.
Obrigado... Eu vivia tão sozinho...
Que infinita alegria, e que contraste!
-Volta a antiga embriaguez porque voltaste
e é doce o amor, porque é mais velho o vinho!
Voltaste... E dou-te logo este poema
simples e humilde repetindo um tema
da alma humana esgotada e envelhecida...
Mil poetas outras voltas celebraram,
mas, que importa? – se tantas já voltaram
só tu voltaste para a minha vida...

(Poema de JG de Araujo Jorge extraído do livro
"Eterno Motivo" " - Prêmio Raul de Leoni,
da Academia Carioca de Letras - 1943)


Apelo




Ah, meu amor não vais embora
Vê a vida como chora, vê que triste esta canção
Não, eu te peço não te ausentes
Pois a dor que agora sentes só se esquece no perdão

Ah, minha amada me perdoa
Pois embora ainda te doa a tristeza que causei
Eu te suplico não destruas tantas coisas que são tuas
Por um mal que eu já paguei

Ah, minha amada se soubesses
Da tristeza que há nas preces
Que a chorar te faço eu
Se tu soubesses num momento todo arrependimento
Como tudo entristeceu

Se tu soubesses como é triste
Perceber que tu partistes
Sem sequer dizer adeus

Ah, meu amor tu voltarias
E de novo cairias
A chorar nos braços meus!


(Vinícius de Moraes e Baden Powell)



Pedaço de mim




Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus



(Chico Buarque)